Ipê Amarelo do Cerrado

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quarta-feira, 8 de abril de 2015

A origem do cerrado

A rica biodiversidade do  bioma Cerrado pode ter se originado de incêndios naturais ocorridos dez milhões de anos atrás

"Não sobrevive a espécie mais forte, mas a que se adapta a mudança." Charles Darwin

  O fogo teve papel importante na formação da flora do cerrado brasileiro. Essa é a conclusão de um estudo publicado por uma equipe internacional de pesquisadores, que conta com a participação de brasileiros da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A pesquisa indica que os incêndios naturais são um dos motivos que fizeram do cerrado a savana tropical com maior biodiversidade do mundo
   A hipótese levantada pelos autores do trabalho é que a origem desse bioma coincidiu com o avanço de gramíneas sobre a região, causado por mudanças climáticas ocorridas dez milhões de anos atrás e responsáveis também pela expansão da savana em outros lugares do mundo. Por serem muito inflamáveis, as gramíneas deixaram o local do futuro cerrado vulnerável a incêndios.
   Devido às novas condições climáticas, as plantas mais adaptadas a ambientes secos e mais resistentes ao fogo tiveram mais chances de sobreviver na região. Aparentemente, esse ajuste não foi difícil, já que o surgimento do Cerrado foi relativamente rápido se comparado ao de outros biomas.
   As características adaptadas ao fogo presentes nas plantas dos grupos estudados – como casca espessa e raízes profundas e grossas – levaram os cientistas a concluir que os incêndios naturais ocorridos no cerrado são talvez os ingredientes decisivos que culminaram com a riqueza de espécies do bioma. Essa conclusão se junta a outras evidências científicas que apontam a importância de fenômenos específicos em uma dada região para a formação de biomas com grande biodiversidade
   A vegetação do Cerrado é influenciada pelas características do solo e do clima, bem como pela frequência de incêndios. O formato tortuoso das árvores do Cerrado se deve à ocorrência de incêndios. Após a passagem do fogo, as folhas e gemas (aglomerados de células que dão origem a novos galhos) sofrem necrose e morrem. As gemas que ficam nas extremidades dos galhos são substituídas por gemas internas, que nascem em outros locais, quebrando a linearidade do crescimento. Quando a frequência de incêndios é muito elevada, a parte aérea (galhos e folhas) do vegetal pode não se desenvolver e ele se torna uma planta anã. Pode-se dizer, então, que a combinação da sazonalidade, deficiência nutricional dos solos e ocorrência de incêndios determina as características da vegetação do cerrado.
  Os troncos tortos podem também ser considerados como um efeito do fogo no crescimento dos caules, impedindo-os de se tornarem retilíneos, pois pelas mortes de sucessivas gemas terminais e brotamento de gemas laterais, o caule acaba tomando uma aparência tortuosa.





Fonte: http://www.caliandradocerrado.com.br/2014/09/as-arvores-retorcidas-do-cerrado.html 

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