Ipê Amarelo do Cerrado

Ipê Amarelo do Cerrado

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Frutos do cerrado

Jatobá 

(Hymenaea sp.)

   A origem de seu nome vem do tupi e quer dizer “árvore com frutos duros”. No passado, foi muito utilizada pelos povos indígenas em momentos de meditação. Assim, o jatobazeiro passou a ser considerado um patrimônio sagrado brasileiro
   Apesar de apresentar um crescimento lento, a árvore alcança até 40 metros de altura e tem um tronco com diâmetro de quase um metro, é facilmente identificada pelas suas folhas, que são alternas e compostas por dois folíolos. Sua madeira é bastante utilizada para a construção em vigas, portas, tacos, tábuas, além de ser empregada em objetos de arte, peças decorativas e móveis de luxo. Por esse motivo, é uma das madeiras mais valiosas do mundo.
  Seu fruto fica maduro entre os meses de julho a setembro, possui casca dura e em média duas sementes por fruto. No interior, a polpa é um pó verde amarelado com forte odor, que é comestível. A polpa é rica em ferro e é indicada para pessoas que apresentam alto grau de anemia. 
   É uma planta com uso medicinal. A seiva do jatobá é obtida por meio da perfuração do tronco e é utilizada tradicionalmente como curativa para diversas enfermidades, incluindo a anemia, convalescença e problemas pulmonares.
  Além dessas propriedades, o jatobá é utilizado na culinária. Sua farinha é bastante consumida no meio rural, seja na forma natural ou na forma de pães, biscoitos, bolos, batida com leite ou como ingrediente em vitaminas de frutas.


Jatobazeiro

 Fruto de jatobá

 
Flor de jatobá




Fonte:  http://www.cerratinga.org.br/jatoba/ 
            http://www.biologo.com.br/plantas/cerrado/jatoba.html
            http://www.centraldocerrado.org.br/categoria/frutos/

Frutos do cerrado

Pequi 

(Caryocar brasiliense)

   O pequi é uma espécie arbórea nativas dos Cerrados brasileiros, cuja nomenclatura vem do Tupi e significa “pele espinhenta”, podendo atingir até 10 m de altura. Possui tronco de casca áspera, rugosa e cinza escura, folhas grandes composta por três grandes folíolo, raízes profundas, e capacidade de desenvolvimento em solos rasos, pobre em nutrientes, minerais, e rico em teor de alumínio.
   A floração do pequizeiro (grande e amarela) ocorre durante os meses de agosto a novembro, e a maturação dos frutos inicia em meados de novembro, sendo encontrados até fevereiro. O fruto possui tamanho aproximado de uma maça, com polpa comestível de coloração amarelo, envolve um caroço duro formado por grande quantidade de pequenos espinhos, e casca verde amarelada. Por baixo dos espinhos há uma amêndoa macia e muito saborosa.
   Essa fruta é altamente rica em vitaminas A e se destaca entre as espécies frutíferas do cerrado em teores de vitaminas C, que é de 78,72 mg por 100g da polpa, sendo superior a laranja ( 40,9 mg. 100g) e limão (26,4 mg. 100g) .
   De todos os frutos nativos do cerrado, o pequi é o mais consumido e comercializado, e também o melhor estudado nos aspectos nutricional, ecológico e econômico.
   Muito utilizado na culinária regional em deliciosos pratos como o arroz com pequi ou ainda como tempero, em conserva e como matéria-prima para a produção de licores, sorvetes e ração para animais, o pequi é um fruto muito versátil. Além disso, sua amêndoa é utilizada na fabricação de um rico óleo que possui ação anti-inflamatória, cicatrizante e gastroprotetora.
   Outras partes do pequizeiro, no entanto, também são úteis, como por exemplo: a madeira é de boa durabilidade, sendo utilizada na construção de casas e cercas; as flores servem de alimento para os animais; a casca produz corante de ótima qualidade; as folhas e o óleo da polpa têm diversos usos medicinais.


Arvore de pequi


Fruto de pequi


Flor de pequi



Fontes: http://www.cerratinga.org.br/pequi/
             http://revista.fundacaoaprender.org.br/index.php?id=163
            http://www.biotecnologia.com.br/revista/bio15/frutos.pdf 

Cerrado e sua beleza exuberante de inverno

Tabebuia ochracea

"Contrariando a natureza, as flores de ipê desabrocham em dias secos e cinzentos de inverno, e é assim que anunciam a proximidade da primavera. " 


   OTabebuia ochracea, também conhecido como ipê-amarelo-do-cerrado, piúva ou tarumã, apresentam tronco retorcido, com casca bem espessa (ajuda a planta a se proteger das constantes queimadas), folhas coriáceas, isto é, com textura e espessura semelhante ao couro, e baixa altura quando adulta (6 a 14 m). Possui madeira muito dura e resistente (mesmo quando em condições favoráveis ao apodrecimento). Sua madeira pode ser utilizada para uso externo, como postes, ou para confecção de instrumentos musicais e cabos de ferramentas. Seu florescimento proporciona belas cenas, o que estimula seu emprego no paisagismo em geral. Como é adaptada à terrenos secos, é útil para plantios em áreas degradadas de preservação permanente. Suas flores atraem inúmeros polinizadores (abelhas e beija-flores), que são de extrema importância.






VOCÊ SABIA: Em tupi-guarani o nome Tabebuia significa pau ou madeira que flutua e ipê significa árvore de casca grossa.



Fonte: http://www.florestasnativas.com.br/IP%C3%8A-DO-CERRADO 

quarta-feira, 8 de abril de 2015

A origem do cerrado

A rica biodiversidade do  bioma Cerrado pode ter se originado de incêndios naturais ocorridos dez milhões de anos atrás

"Não sobrevive a espécie mais forte, mas a que se adapta a mudança." Charles Darwin

  O fogo teve papel importante na formação da flora do cerrado brasileiro. Essa é a conclusão de um estudo publicado por uma equipe internacional de pesquisadores, que conta com a participação de brasileiros da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A pesquisa indica que os incêndios naturais são um dos motivos que fizeram do cerrado a savana tropical com maior biodiversidade do mundo
   A hipótese levantada pelos autores do trabalho é que a origem desse bioma coincidiu com o avanço de gramíneas sobre a região, causado por mudanças climáticas ocorridas dez milhões de anos atrás e responsáveis também pela expansão da savana em outros lugares do mundo. Por serem muito inflamáveis, as gramíneas deixaram o local do futuro cerrado vulnerável a incêndios.
   Devido às novas condições climáticas, as plantas mais adaptadas a ambientes secos e mais resistentes ao fogo tiveram mais chances de sobreviver na região. Aparentemente, esse ajuste não foi difícil, já que o surgimento do Cerrado foi relativamente rápido se comparado ao de outros biomas.
   As características adaptadas ao fogo presentes nas plantas dos grupos estudados – como casca espessa e raízes profundas e grossas – levaram os cientistas a concluir que os incêndios naturais ocorridos no cerrado são talvez os ingredientes decisivos que culminaram com a riqueza de espécies do bioma. Essa conclusão se junta a outras evidências científicas que apontam a importância de fenômenos específicos em uma dada região para a formação de biomas com grande biodiversidade
   A vegetação do Cerrado é influenciada pelas características do solo e do clima, bem como pela frequência de incêndios. O formato tortuoso das árvores do Cerrado se deve à ocorrência de incêndios. Após a passagem do fogo, as folhas e gemas (aglomerados de células que dão origem a novos galhos) sofrem necrose e morrem. As gemas que ficam nas extremidades dos galhos são substituídas por gemas internas, que nascem em outros locais, quebrando a linearidade do crescimento. Quando a frequência de incêndios é muito elevada, a parte aérea (galhos e folhas) do vegetal pode não se desenvolver e ele se torna uma planta anã. Pode-se dizer, então, que a combinação da sazonalidade, deficiência nutricional dos solos e ocorrência de incêndios determina as características da vegetação do cerrado.
  Os troncos tortos podem também ser considerados como um efeito do fogo no crescimento dos caules, impedindo-os de se tornarem retilíneos, pois pelas mortes de sucessivas gemas terminais e brotamento de gemas laterais, o caule acaba tomando uma aparência tortuosa.





Fonte: http://www.caliandradocerrado.com.br/2014/09/as-arvores-retorcidas-do-cerrado.html 

Cerrado: O Berço das águas do Brasil!




   A Bacia Hidrográfica dos rios Tocantins e Araguaia é a maior do país, com uma área superior a 1 milhão de quilômetros quadrados, representando 11% do território nacional. A região caracteriza-se pela presença de dois importantes biomas - Floresta Amazônica, que corresponde a 35% da área total, e Cerrado, que ocupa os 65% restantes.
   Por trás da aparência ressecada dos meses de inverno, quando a umidade do ar cai a níveis alarmantes em algumas regiões, Cerrado esconde uma identidade secreta: o bioma é um gigantesco coletor e distribuidor nacional de água, crucial para o abastecimento das regiões Centro-Sul, Nordeste, do Pantanal e até partes da Amazônia. Um serviço ecológico gratuito que corre o risco de ser racionado por causa do desmatamento.
   Das 12 bacias hidrográficas do País, 8 estão inseridas no Cerrado. A localização central do bioma, combinada com sua elevação topográfica e alta concentração de nascentes, faz com que ele funcione como uma caixa d’água. Cerca de 94% da água que corre na Bacia do Rio São Francisco em direção ao Nordeste brota no Cerrado – apesar de apenas 47% da bacia estar dentro do bioma, segundo cálculos da Embrapa. Reportagem de Herton Escobar, enviado especial, no O Estado de S.Paulo.
   No caso do sistema Araguaia-Tocantins, que corre para o Norte e vai desaguar no Pará, 71% da água da bacia nasce no Cerrado. A proporção é a mesma para o conjunto das Bacias do Paraguai e do Paraná, que drenam grandes áreas do Centro-Sul. “O rio é só o encanamento superficial pelo qual a água corre”, diz o pesquisador Felipe Ribeiro, da Embrapa. “Mas onde a água nasce é no Cerrado. As besteiras que a gente fizer aqui em cima vão repercutir rio abaixo.”


Fonte: http://www.caliandradocerrado.com.br/2014/09/cerrado-caixa-dagua-do-brasil_30.html